Maconha medicinal, preocupação ou ambição?
21/08/2020
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Estão querendo enganar a população novamente. Com o argumento de possíveis benefícios para inúmeras doenças, inclusive para a Covid-19, a imprensa brasileira vem trabalhando de maneira rasa o tema do uso medicinal da maconha. Manchetes e títulos tendenciosos, citando pesquisas muitas vezes sem evidências científicas ou com análises distorcidas, e apoiadas por empresas que exploram o mercado da maconha no mundo, um claro conflito de interesses.
O que de fato está por traz disso são os lucros que beneficiarão algumas empresas e pessoas, manipulando uma falsa preocupação com a saúde da população.
Segundo artigo de Robin M. Murray publicado no “JAMA Psychiatry Published”, online, “a legalização da produção de ‘Cannabis’ e a venda criou uma indústria em rápido crescimento com grande interesse financeiro na promoção do uso da ‘Cannabis’. Como resultado, a comercialização de ‘cannabis’ é agora desenfreada, e uma variedade deslumbrante de produtos de ‘cannabis’ em forma de sorvete, bolos e doces está disponível. Um recente relatório de vendas legais anuais de ‘cannabis’ projetam U$ 66,3 bilhões até 2025. Empresas de tabaco e de álcool estão comprando na indústria. ‘Lobby’ sofisticado e ‘marketing’ da indústria de ‘cannabis’ destacam a receita tributária para os governos e os benefícios para a saúde do ´uso médico´. Tal como acontece com os primeiros relatórios, há mais de 60 anos, de uma associação causal entre o tabagismo e câncer de pulmão, a indústria da ‘cannabis’ nega ou minimiza a evidência de que o uso de ‘cannabis’ aumenta o risco de psicose”.
Como diz um amigo: “Já temos dois cachorros bravos soltos, vamos soltar mais um?”
O artigo de Murray ainda aponta: “Os efeitos adversos de longo prazo do tabaco e do álcool rastreiam a extensão de seu uso, sendo que ambos são fortemente influenciados por seu preço e disponibilidade. O câncer de pulmão atingiu proporções epidêmicas após a propagação do tabagismo, e a frequência da doença hepática alcoólica aumenta e diminui em proporção às mudanças no consumo de álcool da população”.
“Evidências crescentes sugerem que este também é o caso da ‘cannabis’ e da psicose. Boydell e Cols. mostraram que a incidência de esquizofrenia dobrou em Londres, Inglaterra, entre 1965 e 1999. Atribuiu muito disso ao aumento do uso de ‘cannabi’s. ‘Hjorthøj, et Al’ demonstraram que a incidência de psicose induzida por ‘cannabis’ mais que dobrou na Dinamarca, entre 2006 e 2016. Gonçalves-Pinhoet Al relatou que as taxas de hospitalização por transtornos psicóticos em Portugal aumentaram 29 vezes nos 15 anos após a descriminalização; e a porcentagem de pacientes com transtorno psicótico e uso documentado de ‘cannabis’ aumentou de 0,87% para 10,60%”.
“Di Forti e colegas descobriram que a taxa de incidência de psicose em 11 áreas em 5 países, na Europa, foi altamente positivo-correlacionado (Pearson r = 0,8; P = 0,01) com a prevalência de uso diário de ‘cannabis’ na população geral em cada local. Eles calcularam a fração atribuível à população do primeiro episódio de psicose atribuída à ‘cannabis’ em 12% em seus sites, como um todo. No entanto, a fração atribuível à população foi maior nas duas cidades com a ‘cannabis’ de maior potência, Londres e Amsterdã, onde foi estimado que 30 e 50% dos novos casos de psicose, respectivamente, seriam evitados se ninguém fumasse ‘cannabis’ de alta potência”.
Ou seja, já está cientificamente comprovado o quanto o uso e consumo da maconha fazem mal, tanto para seus usuários, fumantes passivos, quanto para a saúde pública em geral. Não se engane! Diga não para o uso, consumo e liberação da maconha em nosso país.
Pedro Ricardo Reichert
Cruz Azul no Brasil - Área de Prevenção
Fonte:
JAMA Psychiatry Published online April 8, 2020 E1; © 2020 American Medical Association. All rights reserved.
Robin M. Murray, MD Institute of Psychiatry, Psychology, and Neuroscience, Department of Psychosis Studies, King’s College, London, United Kingdom.
Wayne Hall, PhD Centre for Youth Substance Abuse Research, The University of Queensland, Brisbane, Austrália