Margareth Dalcolmo, médica pneumologista, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e Membro Titular da Academia Nacional de Medicina (ANM) em entrevista à GloboNews, (https://www.instagram.com/reel/C2XnNJntUeN/?igsh=bzFqY2R3eDh5ZTVl), no último domingo (21/01/2024), fez um alerta sobre os perigos em se usar, fabricar e comercializar o cigarros eletrônico, em especial no Brasil.
Para ela, médicos, especialistas, entidades de saúde e de classe, o que já está acontecendo e poderá acontecer com o crescimento do uso dos cigarros eletrônicos, (conhecido também como “vaper”), é uma verdadeira tragédia anunciada.
Diariamente, “recebemos em nossos consultórios adolescentes com quinze, dezesseis anos com problemas nos pulmões… , com danos estruturais de pulmão, e certamente funcionais. Algo que nós só estamos habituados a ver em pessoas que fumam quarenta, cinquenta anos”.
A doutora explicou por que o “vaper” traz um prejuízo imediato para quem o usa. “São fumados o tempo inteiro”, disse ela. “O segundo fato é que a concentração de nicotina é fora de controle, na medida em que muitas dessas produções não são feitas de modo regulado”. Segundo Margareth, a nicotina é a substância química que mais rapidamente desenvolve resistência no organismo humano. Além da nicotina, os dispositivos eletrônicos contêm “centenas de outras substâncias químicas, como flavorizantes e odorizantes”.
Através da Sociedade de Epidemiologia Brasileira, a qual ela tem a honra de presidir, nesse mandato, têm feito diversas campanhas de prevenção e alerta quanto aos perigos do uso, produção e comercialização desses cigarros eletrônicos.
Ela explicou também na entrevista que a indústria tabagista na medida em que viu que países que tinham uma política de redução do fumo na população geral, como o Brasil, que decresceu de 39 a 40% para 10% da nossa população, apenas que fuma, criou-se então de maneira muito perniciosa esses dispositivos de tabaco aquecido?
Eles se apresentam como glamorosos e, na verdade, iludem sobretudo a nossa população jovem. “É sobre isso que nós – como Sociedade de Epidemiologia – nos debruçamos nesse momento. Médicos das mais diversas especialidades, autoridades regulatórias, ministério da saúde, estamos juntos, para criar políticas públicas sobre o assunto, mecanismos regulatórios e até fiscalizatórios para coibir a entrada e sobretudo a produção desses produtos dentro do território nacional, ainda que nós sabemos que sua presença – via exportação ilegal – hoje seja uma realidade”.