Sim, de acordo com dr. Hermano Tavares, psiquiatra e coordenador do Programa Ambulatorial do Transtorno do Jogo, (PRO-AMJO do IPq-HC-FMUSP). O envolvimento com atividades ilegais para a sustentação das apostas já foi um requisito para diagnóstico de transtorno de jogos. Atualmente não é mais.
O pessoal precisa chegar ao ponto de cometer um crime para poder jogar, e para ser considerado portador de transtorno de jogos. Mesmo assim, explica dr. Hermano, 50% das pessoas que buscam tratamento para transtorno do jogo já cometeram algum tipo de atividade ilegal para financiar o jogo. Também não custa lembrar que passar um cheque sem fundo, sabendo que é sem fundo, é uma fraude. É uma atividade ilegal. Abrir a carteira do filho ou da filha, da esposa, ou dos pais, para pegar um dinheirinho, fazer uma aposta escondida, se eu ganhar eu devolvo, é furto.
Isso não é um indicador necessário para fazer um diagnóstico do transtorno de jogos. Metade das pessoas que ainda estão com essa dificuldade ainda não se envolveram em atividade ilegal, mas a outra metade já se envolveu.
Então isso é um indicador de gravidade. Se o indivíduo se vê nesse momento, em que ele é forçado, contra sua própria moral, a praticar um ato ilícito para poder jogar. Isso é um sinal de que a sua dependência esta muito grave. Na quase totalidade dos casos em tratamento, quando isso ocorre, a atividade ilícita acontece para a sustentação do jogo. Isso em geral aconteceu depois do envolvimento com o jogo.
Isso não quer dizer, segundo o psiquiatra Hermano Tavares, que essas pessoas tinham antes um desvio moral breve e aí se envolveram com o jogo. É o contrário, o envolvimento com o jogo de azar, desenvolvimento de transtorno pelo jogo, conduziu a esta atividade criminal. A pessoa não tinha nada antes, mas tornou-se um dependente químico, e acabou entrando no tráfico. Começa furtar no centro da cidade para poder sustentar seu “vício”, a sua dependência.
Por isso a Campanha Nacional do Movimento Brasil sem Azar e sem Drogas contra a legalização dos jogos de azar que destroem vidas. Diga NÃO à essa ideia!
AUTORIZAÇÃO: Vídeo reproduzido com autorização do movimento “Brasil sem Azar” (https://www.facebook.com/brasilsemazar/).
